Deficiências nutricionais podem causar cardiomiopatia dilatada

A cardiomiopatia dilatada idiopática era comum em cães e gatos e foi somente
na década de 1980 que uma deficiência nutricional subjacente foi descoberta
como causa. Já se sabia desde 1975 que a deficiência do β-aminoácido taurina
poderia causar degeneração central da retina e cegueira em gatos. Enquanto
investigavam os mecanismos subjacentes envolvidos nessa condição,
pesquisadores da Universidade de Davis, Califórnia, notaram que vários gatos
em sua pequena colônia de pesquisa desenvolveram a cardiomiopatia. O
cardiologista da equipe Paul Pion determinou que a condição respondeu à
taurina nesses gatos com depleção de taurina e ele diagnosticou a deficiência
de taurina e a resposta à suplementação em pacientes ambulatoriais felinos
diagnosticados com cardiomiopatia.
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No estudo baixas concentrações plasmáticas de taurina associadas à evidência
ecocardiográfica de insuficiência miocárdica foram observadas em vinte e um
gatos alimentados com rações comerciais para gatos e em dois dos onze gatos
alimentados com uma dieta purificada contendo concentrações marginalmente
baixas de taurina por 4 anos. A suplementação oral de taurina resultou em
aumento das concentrações plasmáticas de taurina e foi associada à
normalização da função ventricular esquerda em ambos os grupos de gatos. Em
um estudo de acompanhamento, a taxa de sobrevivência de 1 ano foi de 58%
(vinte e um de trinta e seis gatos com resultado conhecido) no grupo tratado com
taurina em comparação com uma taxa de sobrevivência de 1 ano de 13% (quatro
de trinta e um gatos com um resultado conhecido) em uma população avaliada
retrospectivamente de trinta e três gatos com a doença.