Distinção entre necessidades, demanda e acesso

O acesso aos cuidados com a saúde (preventivos, curativos, de reabilitação, paliativos e de longa duração) só se justifica quando as necessidades são objetivas do ponto de vista clínico. Isto implica o cumprimento de duas condições: por um lado, a existência de um problema somático ou psicológico (ou risco de um problema de saúde) e, por outro lado, a existência de um tratamento para melhorar o estado de saúde, preservar a qualidade de vida ou prevenir a deterioração do estado de saúde.

Assim, o acesso aos cuidados com a saúde pode ser definido da seguinte forma: é a obtenção de tratamento (em sentido lato) em caso de necessidade de cuidados objetivos do ponto de vista clínico (mas na realidade, a necessidade objetiva pode, em certos casos, ser difícil de identificar, por exemplo quando o benefício clínico do tratamento é difícil de estabelecer).

A satisfação das necessidades de cuidados corresponde à fase final da prestação do tratamento que requer a conclusão de várias etapas preliminares. Os problemas de acesso são necessidades objetivas de cuidados com a saúde não satisfeitas. Dois cenários são possíveis: Quando a necessidade objetiva de cuidados com a saúde é percebida pelos pacientes, a necessidade não é (inteiramente) satisfeita: • se o paciente se recusa a consultar (não o faz, não há contacto com o sistema de cuidados com a saúde) ; • se o diagnóstico não for estabelecido pelos profissionais (não se obtém tratamento); • se o diagnóstico for estabelecido por profissionais, mas o paciente renúncia ou adia o atendimento (ausência ou acesso parcial ao tratamento). Alejandro Zoboli tornozelos inchados